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A magnitude da paciência


“Aí que tédio!”, Lucas já estava cansado de ficar sentado olhando para aquele rio há tanto tempo e até agora nenhum peixe. Ele não conseguia entender, pois havia feito tudo como seu pai havia o ensinado, e já se passara mais de duas horas e nada.
“Pai, já estou cansado de ficar sentado aqui, olhando para esse monte de água e sem pescar nada, a única coisa que ta pescando aqui são essas malditas muriçocas em minhas pernas.”
Seu pai riu, e como um flashback, lembrou-se da mesma conversa que havia tido há muitos anos com seu pai, quão valioso ensinamento recebera neste dia, e assim começou a citar para seu filho, que o olhava inquieto:
“Meu filho, uma vez seu avô me disse algo em que até hoje sigo fielmente em minha vida, a arte de pescar não é pegar o peixe, mas sim ter a paciência de esperá-lo. Você já deve ter ouvido de sua mãe a frase que “a pressa é a inimiga da perfeição”, por mais clichê que seja, é o aprendizado mais valioso para levar para o resto de sua vida. Poderíamos muito bem bater tarrafa e pegar todos os peixes do local, mas o que isso traria de benefício, além de colaborar com a extinção da natureza? Você não aprenderia que na vida se tivermos a técnica para dribla as dificuldades, a força de espírito para continuar lutando e a paciência para esperar o momento certo, sempre no final teríamos uma grande recompensa.”
Neste momento seu pai acabara de pegar um grande peixe, de quatro quilos, e assim, Lucas percebeu que por mais que seu velho às vezes filosofava demais, suas palavras estavam certas, pois se ele fosse paciente para esperar o momento oportuno, sem perceber seus sonhos começariam a acontecer. Então sem mais nenhuma reclamação Lucas sentou ao lado de seu pai, e compartilharam boas conversas fiadas a voz de um sabiá longo em frente.

Notas: Camila Locatelli, ama uma boa pescaria!

A arte de voar

“Será que as asas são apenas para os pássaros?”, Clarisse sempre se perguntou isso, em sua cabecinha de menina, quando crescesse, nela nasceriam asas e poderia voar como todos aqueles animaizinhos que sempre via na casa de seus avós.
Um dia sua avó estava sentada em sua cadeira de balanço, e olhando para aquele céu  ensolarado, Clarisse perguntou: “Vovó, quando eu for maior poderei voar como aquele belo passarinho?”
Sua avó olhou para aquele casal de Rouxinol, que acabara de fazer um ninho em uma das arvores do quintal, após pensar um pouco respondeu:
_Um dia, minha querida neta, você será bem maior do que é agora, seus interesses serão diferentes, talvez nem venha se encantar pela beleza dos pequenos detalhes da vida, contudo você conhecerá a liberdade, entenderá os conceitos de uma sociedade, e a partir daí poderá voar, voará por caminhos que muitas vezes serão difíceis em sua vida, mas sempre haverá um aprendizado. Seus sonhos serão suas asas, eles te darão o poder de voar, pois são como um pequeno mapa que a levará aos tão almejados caminhos da vida.
Clarisse olhou para sua avó, com olhos pueris, e disse-lhe: “Vozinha, só espero que minhas asas sejam tão grandes como as suas, para que quando tiver sua idade, seja tão sábia como você”.
A avó sorriu docemente e agradeceu o gracejo da neta. As duas voltaram a observar o ninho, que no momento estava vazio, e, num ato de pura cumplicidade e comunhão, partilharam bons pedaço de bolo de cenoura, sabendo que a arte de voar se inicia com a percepção dos pequenos detalhes da vida. 

O doce som


Hoje não seria um dia comum, disso Ana sabia, após anos de dedicação e esforços era chegada hora, sua mão trêmula segurava o arco enquanto olhava para aquela multidão que aguardava ansiosamente pelo espetáculo.
 Ana pegou seu violino, que havia sido de seu pai, e delicadamente encostou-lhe em seu queixo, o silencio tomou conta de todos ao redor, então, sem mais delongas, as notas começaram a surgir e extasiavam por onde passavam.
Seu coração batia profundamente, mas não era pelo belo arranjo, e sim pelo que representava para ela, a precoce passagem de seus pais em sua vida, a humilhação que passara por muito tempo com sua tia, os abusos, as noites mal dormidas, os choros...
Após o espetáculo, Ana começou seus agradecimentos:
_Este dia marcou minha vida, e agradeço a todos vocês, aos meus pais, que descansem em paz, contudo quero, principalmente, agradecer a minha tia, por todas as noites em que dizia que eu nunca seria ninguém, por isso esforcei-me mais ainda pra estar aqui. Todas as vezes em que queimava as notas musicais que eu compunha, fazia questão de me agarrar a uma leve esperança de que faria outras melhores, e quando falava que eu estava sozinha nesta vida, me entrelaçava ao violino, pois sabia que meus pais, por mais que eu não os visse, estavam comigo o tempo todo.
Tia, eu agradeço-te muito, porque se não fosse por você, eu não me desprenderia com tanta garra para conquistar meus sonhos, pois quando você os destruía com suas palavras, eles se reconstruíam como chama dentro de mim.
E sem mais nenhuma palavra, Ana agradeceu e saiu daquele lugar deixando todo o seu passado, todas as suas dores e seguiu em frente para uma nova vida, a vida que sonhou e merecia ter.

A vida sob dois pontos

Dois velhos amigos estavam sentados perto de uma lagoa ao entardecer jogando conversa fora como de costume. Melancólico olha para aquela tão bela “visão dos Deuses” e desabafa:

_ Essa brisa bate em minha face e eu olho para esse céu tão extasiante e lembro-me da época que amor surgiu em minha vida. Ahh! Como me lembro de seus doces lábios nos meus com a canção de um magnífico sabiá e meu coração dilacerava por esse amor tão profundo.
_Essa paisagem é um fenômeno da natureza todos os dias da semana entardecem e o sol está sendo refletindo nessa lagoa, essa brisa que você está sentindo em seu rosto diz que se não saímos daqui, tomaremos uma tempestade das brabas, pois o céu está ficando todo nublado.Estou cansado desse seu jeito de levar a vida isso é pura nostalgia.
_ Como pode você olhar para as sombras negras que atrapalham a visão tão inebriante, e o que digo não é nostalgia mais sim a poesia da vida de cada aurora, não vê Prático que a beleza das coisas está nos pequenos detalhes?
_Como você pode olhar para encanto da vida, se vivemos num mundo em que a beleza se extinguiu, e a humanidade se desencaminhou, cada dia mais podemos perceber a desigualdade, a morte batendo em nossa porta e sem falar de milhares de pessoas que nesse instante passam fome. Eu não vivo em conto de ilusões, lembrando de amores fracassados como os Romances que você não cansa de ler. Enxergo a vida com praticidade, sei que se não trabalhar não sustentarei minha Dona Maria que me espera em casa, não sei por que você e tão nostálgico, o que isso traz de bom para sua vida, além de pensamentos fúteis.
Melancólico não disse mais nem uma palavra, pois sabia que seu amigo nunca entenderia seu ponto de vista, então sem olharem novamente para aquele céu que agora estava todo nublado os dois se levantaram, deixando ali um pedaço de cada um de si, a saudades de um amor fracassado e o cansaço de uma existência natural.

Maria, Maria


Maria, oh minha pequenina Maria, sentada em sua cadeira com pensamentos indecifráveis, pálida como uma neve, seu cabelo esvoaçava com as últimas folhas do outono.
Olhos baixos sem vida, palavras mórbidas com agradecimentos mútuos, sua vontade era de sair correndo e nunca mais voltar naquele lugar e lembrar-se desse dia tão tenebroso. De cabeça baixa lembrava-se das brigas corriqueiras, das risadas condescendentes, dos beijos de boa noite ou até mesmo de quando passava pela porta do quarto e via um grito esperançoso pela luta de um gol. Agora olhava pro lado e via aquele homem que um dia foi a inspiração de suas lutas imagináveis, seu herói, seu companheiro na infância que até mesmo quando as bonecas perderam-se a vida ele não deixou de amá-la.
Maria sabia que a partir daquele momento ela havia perdido o único homem que a amou incondicionalmente que daria sua vida pela dela, ela sabia que daquele momento em diante teria que dar seus próprios passos ao lado de sua mãe, tentando curar essa cicatriz aberta em sua alma, e lembrar que onde ele estivesse, seria sempre seu herói, seria SEU PAI INCODICIONAL.
        

Um pouco mais sobre Leitura

Boa noite pessoal
Vocês nem imaginam como o meu dia foi ótimo, graças a Deus que entrei de férias na faculdade por estava tenso.
Como já disse anteriormente, eu estudo Física, e semestre passado tive uma matéria chamada Fundamentos de Matemática, além de ser complexa e razoavelmente difícil. Entretanto tivemos quer ler um livro chamado TIO PETROS e a Conjectura de Goldbach.
O livro é fascinante, indico todo mundo a ler, até aqueles que dizem que matemática é um O. Depois que o li, tive uma concepção totalmente diferente sobre o que é realmente a matemática.

Sinopse do livro

Sinopse - Tio Petros e a Conjectura de Goldbach - Apostolos Doxiadis
 http://www.skoob.com.br/img/livros_new/2/42368/TIO_PETROS_E_A_CONJECTURA_DE_GOLDBACH_1277157087P.jpg


O tio Petros é visto como a ovelha negra da família. É um idoso solitário que vive sozinho num subúrbio de Atenas, a jogar xadrez e a cuidar do jardim. É visto por muitos, incluindo os irmãos, comerciantes de sucesso, como um fracassado: «Todas as famílias têm a sua ovelha negra na nossa era o tio Petros

No entanto, Petros desperta a curiosidade de um dos seus sobrinhos que decide descobrir quem é, na verdade Petros Papachristos. Sobrinho que, a certa altura, tendo descoberto que Petros foi, em tempos, um matemático famoso, decide dedicar-se à matemática. Porém, ao contrário do esperado, o sobrinho de Petros não encontra o apoio esperado por parte do tio. No início, sente-se revoltado, mas, mais tarde, descobre que o seu tio Petros era um matemático brilhante e audacioso que tinha apostado tudo na resolução de um problema e que tinha desafiado - sem sucesso - todas as tentativas de prova ensaiadas, durante quase três séculos, para a conjectura de Goldbach. Assim compreende que Petros não apoiasse a sua decisão de se dedicar à matemática porque, ele mesmo, havia dedicado - em vão - toda a sua vida à resolução de um problema matemático.

Embora inserida numa obra de ficção, a trajectória de Tio Petros é recheada de elementos da realidade. Em todo o seu percurso, Petros convive com grandes nomes da teoria dos números do século XX, como o britânico G. H. Hardy (1877-1947) e o indiano Ramanujan (1887-1920). Porém, a personagem de maior impacto na trajectória de Petros é Kurt Gödel (1906-1978), autor do célebre (e terrível) teorema da incompletude, teorema que iria ter um impacto decisivo nos destinos da matemática posterior.

Quanto à conjectura de Goldbach, que faz parte da lista dos vinte e três grandes problemas sem solução listados no Congresso Internacional dos Matemáticos de 1900, - alguns entretanto resolvidos, outros ainda sem solução - o autor considera que ele é, juntamente com a hipótese de Riemann e o último teorema de Fermat, um dos três mais difíceis. Na verdade, dos três, apenas o último foi resolvido, em 1993.

Caso queira saber mais sobre a Conjectura de Goldbach. Clik Aqui

Você Lembra?

                                  

Era como um domingo de costume. Acordei alegre pensando que veria seu rosto sorridente, sua cara de malvado e dizendo que sou a sua garota. Mas me lembrei que hoje nada disso iria acontecer e me doeu tanto que contive as primeiras lágrimas que aparecia em meu rosto.
Era tão difícil acreditar que eu não sou mais nada para você, que enquanto eu escrevia frases em meu diário você poderia está nos braços de outra.
Quantas vezes você me disse que me amava? Que eu era a garota que você sempre quis? Você diz que encontrou alguém que balançou sua vida, encontrou a peça que faltava em você.  Eu gostaria de saber qual foi a ultima vez que você pensou em mim, ou talvez você tenha me apagado totalmente da sua memória, e eu me pergunto a cada instante aonde foi que eu errei, mas cada vez que eu penso nisso, descubro que menos eu sei. Gostaria de saber se você esqueceu-se das cavalgadas ao entardecer, dos beijos incessantes, de cada momento que vivemos juntos. Queria vê-lo novamente, e só por uma vez ser sincero e dizer olhando dentro dos meus olhos que nunca me amou.

 
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